Categoria: Artigos
Data: 01/09/2024

Eu sou o descanso (shabath)
Ainda resta um descanso para o povo de Deus. Hb 4.9

Passaremos ao mandamento que mais dá confusão para a Igreja na atualidade, o 4° mandamento. Os demais mandamentos são muito diretos e simples de entender: Não matar, não furtar, não cobiçar, não tomar o Nome de Deus em vão, não adorar imagem… são ordens simples que não requerem um conhecimento do relacionamento de Deus com seu povo. Mas o 4° mandamento, desvinculado da teologia da Aliança que permeia a Escritura de Gênesis a Apocalipse, cria os ensinos mais bizarros, como podemos ver na cultura judaica e em várias seitas, especialmente as sabatistas, em nós dias.
O 4° mandamento está ligado a criação, a queda, a redenção e a consumação. O início mostra um momento de pleno descanso e goza do Senhor e sua criação. O homem estava plenamente satisfeito e estabilizado. Tudo era prazeroso e frugal. Tudo encaixava e estava em harmonia. Não havia canseira, desgaste, mau entendido, nada que levasse ao mínimo descontentamento e insatisfação. Era o descanso, o shabath, perfeito. Mas, por um motivo que nos é oculto, nós, os seres humanos, quisemos nos apoderar de uma posição que apenas o Criador pode domar. A posição de Deus! “...e sereis como Deus… Gn 3.5” A partir deste momento, entramos em um estado de pecado e miséria que tiraria o nosso descanso de forma irremediável. Tudo passou a ser problema. Perdemos a paz. Tranquilidade, satisfação, alegria… tudo perdido, tudo destruído. Nada mais poderia resolver o problema no qual nos enfiamos. Não há mais paz. O shabath, desde a queda no Éden, foi perdido.
Mas Deus não se deixou sem testemunho nessa terra. Havia uma promessa, havia um Nome a ser honrado. Deus, desde a eternidade, já havia eleito, e seriam revelados durante toda a história,  aqueles os quais Ele mesmo salvaria. E para testemunhar que o descanso que havia sido perdido, seria restaurado, Deus mesmo institui um mandamento que diz: Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou. Deus nos deixou um lembrete de que, mesmo debaixo da escravidão que nos submetemos, e que agora não mais poderíamos sair, Ele resolveria a questão.
Um dia em sete. Um dia, para lembrarmos que a promessa se mantém de pé e que podemos alimentar nossa esperança na restauração do descanso. Descanso que é a plena comunhão com nosso Criador. Guardar o Dia do Senhor, é muito mais do que não poder fazer determinadas coisas. É ter a certeza que eu posso deixar de fazer, pois é Deus quem faz por nós. O ímpio se mantém atribulado. Ele não tem esperança, trabalha pela sua vida sete dias por semana, 24 horas por dia. Ele acha que sua própria vida depende dele e ele não tem descanso.
Jesus, por outro lado, o descanso em carne, veio trazer a paz que foi perdida. Já podemos agora ter os vislumbres daquilo que será na ressurreição geral de morto, quando a plena restauração da paz, do descanso, o verdadeiro repouso for devolvido àqueles que amam a Deus e aguardam sua volta. Até lá, podemos ter a segurança que um dia em sete é presente de Deus e confiarmos nisso de toda a nossa alma.
Lembra-te do descanso! Lembra-te que houve um tempo em que não existia o pecado. Lembra-te que, agora, lavados no sangue do cordeiro, já podemos gozar dessa esperança da consumação da Nova Jerusalém que nos aguarda.

Rev Ricardo



Autor: Rev. Ricardo Luiz Pinto   |   Visualizações: 214 pessoas
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