
Categoria: Artigos
Data: 08/09/2024
Então, ele lhes respondeu, dizendo: Quem é minha mãe…? Mc 3.33
Na sequência de nossas pastorais nos 10 mandamentos, chegamos ao quinto mandamento. Os quatro primeiros mandamentos instruem nosso relacionamento com o Deus. Também são conhecidos como mandamentos verticais. Daqui até o décimo mandamento, temos os mandamentos dos relacionamentos horizontais, mandamentos que tratam do nosso relacionamento uns com os outros.
É muito simbólico as Escrituras iniciarem os mandamentos horizontais com o seguinte: Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá. Ex 20.12. Em um primeiro momento, podemos pensar de forma correta, sim, no relacionamento com os nossos pais biológicos. Há uma necessidade de hierarquia e respeito para com nossos progenitores para que a própria estrutura social exista. Tanto que, os ditos progressistas de nossa época querem destruir esse laço divino entre pais e filhos para tumultuar o mundo e destruir o que de divino ainda resta na criação (diga-se de passagem, nunca conseguirão).
Mas, além do próprio respeito, amor e consideração que devemos ter aos nossos pais, aos nossos progenitores, o quinto mandamento alcança algo além. Pai e mãe são aqueles que possuem dons e talentos superiores aos nossos. O quinto mandamento atinge os relacionamentos, não apenas ao “superiores”, mas também aos “iguais” e aos “inferiores”. O quinto mandamento diz respeito a como dar honra ao que merece honra, seja ele pai ou mãe biológico ou não. Lembre-se: somos “pais de alguém, somos filhos de alguém”.
E de onde vem isso? Você pode estar se perguntando… Por muitas vezes, vemos personagens bíblicos se referirem uns aos outros como “Meu pai…” ou “Meu filho…” sem que de fato sejam pai ou filho biológico. “Olha, pois, meu pai, vê aqui a orla do teu manto na minha mão. 1Sm 24.11” disse Davi a Saul, mas o pai de Davi era Jessé! Da mesmo forma, Saul fala a Davi: “É isto a tua voz, meu filho Davi? E chorou Saul em voz alta. 1Sm 24.16”. Davi não era filho de Saul, mas havia no relacionamento entre eles a distinção e respeito que é ordenado neste mandamento e que devemos ter pelos nossos superiores, pelos nossos iguais e pelos que são inferiores a nós. Como esse caso de Davi e Saul, a Escritura é recheada de outros.
Você, meu leitor, consegue perceber como seria o mundo, caso a admiração pelos nossos superiores e iguais, e caso a proteção pelos nossos inferiores, fosse o nosso pensamento e atitude? Você consegue perceber, que se você mesmo, você que me lê, aplicasse o princípio do quinto mandamento nos seus relacionamentos, como os seus olhos passariam a ser luminosos e com os seus olhos, todo o seu corpo. Consegue entender como sua carne exultaria se, ao invés de inveja, alimentássemos alegria pela conquista dos nossos superiores e iguais (nossos pais e irmãos)? Ao invés de ganância e abuso, tivéssemos uma disposição de ensinar e proteger aqueles que são inferiores a nós (nossos filhos)? Isso é a promessa desse mandamento. O prolongamento dos dias. Dias prazerosos, mesmo em meio a lutas. Dias mais leves e calmos.
Mas, infelizmente o pecado nos leva para outro lado e é necessário uma intervenção miraculosa que Deus prometeu operar naqueles que verdadeiramente são alcançados pelo Espírito Santo. Daí, eu pergunto: Como está a sua postura diante do quinto mandamento, não apenas para com seus pais biológicos, mas com todos aqueles que te cercam e que fazem parte do seu convívio? Há algo grave que pode indicar impiedade em nossa vida, caso nossos olhos para com nosso próximo não estejam alinhados ao princípio defendido no quinto mandamento.
Que Deus nos abençoe e nos capacite a mudar.
Rev Ricardo